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Comissão do Senado realiza debate sobre trabalho invisível
A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal promoveu, na quinta-feira (8), uma audiência pública sobre o chamado trabalho invisível, que se refere às atividades de cuidado com crianças, idosos, pessoas doentes e com a própria família, geralmente realizadas de forma não remunerada e, em sua maioria, por mulheres.
A iniciativa foi da senadora Mara Gabrilli, que defende o reconhecimento formal dessas tarefas, muitas vezes exercidas de maneira informal. “Nosso objetivo foi dar visibilidade ao trabalho de cuidar. É um trabalho essencial, que move o mundo, mas que ainda é pouco valorizado. Precisamos tirá-lo da invisibilidade”, destacou a parlamentar.
Especialistas de diversas áreas participaram do debate e ressaltaram que, apesar da sanção da Lei da Política Nacional de Cuidados, de 2024, faltam medidas práticas como apoio financeiro, oferta de cuidadores e atenção à saúde mental de quem cuida.
O debate foi acompanhado pela exposição “Trabalho Invisível”, da artista plástica Tainá Guedes, que levou ao Senado obras feitas com lixo reciclável e objetos do cotidiano, refletindo sobre temas como trabalho doméstico, sustentabilidade e cuidado.
Dados apresentados durante o evento mostram a dimensão desse trabalho no Brasil. Segundo pesquisa do Data Senado de 2019, cerca de 9% da população brasileira atuam como cuidadores, seja no âmbito familiar ou profissional. Desses, 81% são mulheres. Os números do IBGE, do mesmo ano, indicam que 85% do trabalho de cuidado é feito por pessoas do gênero feminino.
Apesar de ser invisibilizado e frequentemente não remunerado, o trabalho de cuidado tem valor econômico mensurável. Países da América Latina que já incluem esse tipo de atividade nas contas nacionais estimam que ele representa cerca de 20% do PIB.
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